Armazenamento de energia é fundamental para transição energética

Armazenamento de energia é fundamental para transição energética

O armazenamento de energia é um pilar fundamental para a transição energética e um dos maiores desafios no combate à mudança climática. Isso porque a geração de energia limpa depende das flutuações causadas pelo vento, sol e água, necessitando de suporte para ser armazenada e oferecer mais eficácia e segurança ao sistema. De acordo com relatório da consultoria Mckinsey, para realizar a transição energética e inclusão econômica da população brasileira ao longo da próxima década, seria necessário algo em torno de 10% do PIB nacional, cerca de 1,7 trilhão de dólares. No entanto, metade desse valor fica a cargo do crescimento do setor produtivo e da inovação.

“Garantir formas seguras de armazenamento de energia é fundamental para assegurar um processo de transição energética seguro além permitir o uso combinado de várias fontes de energia renovável, como solar, eólica e hídrica, por exemplo”, explica Carlos Eduardo Ribas, diretor comercial do Lactec, um dos maiores centros de pesquisa, tecnologia e inovação do Brasil.

Diante do cenário brasileiro, armazenar energia apresenta assim diversas vantagens, como a possibilidade de integrar e armazenar as fontes limpas na geração, transmissão e distribuição de energia. “Com o armazenamento nos horários de maior fluxo, a tendência é que ocorra também uma mudança no tarifário, resultando dessa forma em energia mais barata no futuro”, opina Ribas.

Para garantir a qualidade e segurança do processo, é necessário investir em projetos de inovação para desenvolvimento de novas tecnologias. Confira algumas iniciativas com aplicações de sistemas de armazenamento de energia:

Microrrede de geração solar

A comunidade de Xique-Xique, no município de Remanso (BA), recebeu a instalação da primeira e maior microrrede 100% sustentável do Brasil. abastecida por um sistema centralizado com energia solar e armazenamento por baterias. O desenvolvimento tecnológico foi conduzido por pesquisadores do Lactec no projeto de P&D da ANEEL  – Agência Nacional de Energia Elétrica, liderado pela Neoenergia (PD-00047-0083/2018).

A geração na comunidade é exclusivamente solar, com capacidade para atender 103 unidades consumidoras, e as baterias garantem o fornecimento por 48 horas, quando não houver radiação solar suficiente para eficiência máxima pelas placas. Além do ineditismo, o projeto envolve a simulação de microrrede para avaliar a aplicação de supercapacitores.

Armazenamento de energia fotovoltaica

Fernando de Noronha (PE) recebeu um sistema de armazenamento para ampliar a geração fotovoltaica e reduzir a dependência da usina térmica a diesel. O projeto de P&D (PD – 00043-0516/2016) foi realizado em parceria com a Neoenergia. A implantação do sistema também ajudará a reduzir o uso de combustível diesel, contribuindo para a preservação do meio ambiente local.

O objetivo do projeto é encontrar soluções eficientes e eficazes para o armazenamento e gerenciamento da energia gerada a partir de dois sistemas solares. Anteriormente, o arquipélago não possuía uma solução capaz de reter o acúmulo do recurso gerado durante o dia. Além disso, as distribuidoras ainda conseguem reduzir as intermitências geradas pelas fontes renováveis e auxiliar no fornecimento de energia durante os picos de demanda.

Ampliação de acesso à energia renovável

No projeto Ilumina Pantanal (PD-0404-1609/2016), do Grupo Energisa, o Lactec desenvolveu uma metodologia para ampliar o acesso à energia renovável. O projeto desenvolveu uma forma de fornecimento de energia por meio de sistemas individuais de geração solar fotovoltaica e armazenamento excedente em baterias de lítio.

O projeto se baseou em estudos que indicaram a melhor alternativa para eletrificação das regiões isoladas do Pantanal sul-mato-grossense, considerando aspectos técnicos, econômicos e ambientais. Além disso, foram avaliados o desempenho dos sistemas de geração e armazenamento para melhorar a eficiência e prolongar a vida útil das baterias. Ao todo, o projeto alcançou mais de duas mil famílias.

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