O arquipélago de Fernando de Noronha receberá o primeiro buggy 100% elétrico fabricado no Brasil. O protótipo faz parte do Projeto Trilha Verde, iniciativa do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI), da Neoenergia. Ele está ampliando a mobilidade elétrica com a inserção de 14 veículos elétricos no Patrimônio Natural da Humanidade, reconhecido pela Unesco. O veículo será destinado ao mercado turístico local para serviço de locação a turistas, cuja viabilidade técnica e econômica será avaliada.
A eION, startup com sede em Curitiba (PR), desenvolveu o primeiro buggy totalmente elétrico nacional. Como proponente do projeto, a Neoenergia acompanha seu desenvolvimento desde a concepção e protótipo até sua comercialização, participando de teste-drives e sugerindo melhorias. O veículo tem capacidade para cinco pessoas, pesa 1.000 quilos e possui uma bateria de 7,6 kWh, com uma autonomia que pode chegar a 100 quilômetros. É possível carregar o veículo em eletropostos ou em uma tomada comum de 20 amperes.
O buggy possui uma velocidade máxima em torno de 70 km/h, chegando a 60km/h em cerca de 11 segundos. Com freio a disco nas quatro rodas e cinto de segurança nas cinco posições, foi pensado para promover conforto e segurança para o usuário. “Este buggy é o primeiro e único 100% elétrico no Brasil, de fabricação seriada, até o momento. Até a conclusão do Projeto Trilha Verde, em dezembro deste ano, analisaremos detalhadamente sua utilização, pontos positivos e pontos de melhoria”, afirmou Roberto Boquetti, gerente técnico do projeto Trilha Verde.
A Neoenergia abastece todos os veículos do Trilha Verde com energia limpa, gerada por duas usinas solares instaladas em Fernando de Noronha. As duas usinas possuem uma potência de 100 kWp e sua capacidade de fornecimento é, aproximadamente, três vezes maior que a necessidade para carregamento dos veículos do projeto. O excedente será injetado na rede de distribuição, ampliando assim o uso de fontes renováveis pelos consumidores do local. Implantaram também um sistema de armazenamento de energia com potência de 100 kW/215 kWh para garantir o uso de energia limpa mesmo quando a geração solar for insuficiente.
As principais atividades econômicas da ilha, como o trade turístico, a administração distrital e a própria operação da Neoenergia, incorporaram os veículos elétricos. As informações coletadas serão submetidas a avaliações de viabilidade dos modelos de negócios e, posteriormente, confeccionado um mapa orientativo para futuras ações relacionadas à mobilidade elétrica em Fernando de Noronha. Nesse sentido, o Trilha Verde também beneficiará empreendedores locais e o poder público. O projeto está em consonância com a Lei Estadual 18.233/23, conhecida como Noronha Carbono Zero. Ela proíbe, a partir de 2030, a circulação de carros movidos a gasolina, diesel e etanol na ilha.
Doze ecopostos estão sendo instalados em pontos estratégicos da ilha e disponibilizados para todos os carros elétricos do arquipélago. São oito pontos de recarga com potência de 22 kW, que possibilitam uma recarga mais rápida, e outros dois com potência de 7,4 kW. As duas últimas unidades têm suporte a V2G (vehicle-to-grid), que possui um fluxo bidirecional, ou seja, o veículo pode utilizar a estação para recarga ou para “devolver” a energia não utilizada, como em eventuais períodos de alta demanda da rede. A geração fotovoltaica das duas novas usinas solares fornecerá a energia limpa para o abastecimento desses postos.
As ações de sustentabilidade integram o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Neoenergia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o regula, em parceria com o Governo de Pernambuco, Renault, WEG, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), IATI, CPqD, eiON e Incharge. “O Programa de PDI, regulado pela Aneel, é uma importante política pública que contribui para o desenvolvimento de tecnologia nacional”, declara José Antônio de Souza Brito, gerente do departamento corporativo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Neoenergia.
Programa Energia Sustentável Noronha
O Projeto Trilha Verde faz parte do Programa Energia Sustentável Noronha, da Neoenergia. Ele prevê um conjunto de ações que reúne mobilidade sustentável, inovação tecnológica e ampliação de fontes não poluentes de energia. O planejamento, que aposta em um modelo de negócio limpo e confiável, contempla um convênio internacional com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Parte das iniciativas resultou ainda de um termo de cooperação técnica firmado entre a Neoenergia e o Governo do Estado. Ele estabelece compromissos nas áreas de eficiência energética, P&D, energias renováveis e mobilidade elétrica.
A Neoenergia tem o intuito de promover um modelo de mobilidade mais sustentável entre os seus compromissos corporativos, com o objetivo de contribuir com a descarbonização. Uma das suas principais iniciativas é o Corredor Verde, maior eletrovia do Nordeste. Ela tem 1.100 quilômetros de extensão entre Salvador (Bahia) e Natal (Rio Grande do Norte).
Todas essas iniciativas também estão em concordância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU número 7 (energia limpa e acessível), 9 (indústria de inovação e infraestrutura), 11 (cidades e comunidades sustentáveis) e 17 (parcerias e meios de implementação).
Mais Neoenergia em Noronha
O arquipélago de Fernando de Noronha conta com mais duas usinas solares fotovoltaicas instaladas pela Neoenergia. As centrais de fonte renovável possuem potência instalada de aproximadamente 1 megawatt (MWp). Todas as iniciativas têm a finalidade de reduzir a dependência de geração por biodiesel da Usina Tubarão, atualmente, imprescindível em um sistema isolado como Noronha.
Com o intuito de estimular a circulação de veículos elétricos na ilha, desde 2015, a Neoenergia possui um carro movido exclusivamente a energia solar em Fernando de Noronha. Resultado do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Neoenergia, o automóvel é abastecido em ecoposto cujo teto é composto por placas fotovoltaicas.