Com a baixa perspectiva de chuva, incertezas e a volatilidade em alta, o volume financeiro de contratos de energia elétrica no mercado livre transacionados no 1S2025 cresceu 15.4% em relação ao mesmo período de 2024. Os números atingiram R$ 49 bilhões, recorde em um semestre no País. Os dados são da BBCE, maior ambiente de negociação de ativos e derivativos energia do País.
Até então, o maior volume financeiro transacionado em um semestre tinha ocorrido no 2S2024. O período tinha ficado marcado como um período emblemático para o setor em virtude da alta volatilidade. De acordo com Eduardo Rossetti, diretor-executivo Comercial, de Produtos, Comunicação Externa e Marketing da BBCE, com a sensibilidade do modelo e preocupações com curtailment e risco de crédito, os preços estão mais voláteis e os desafios da negociação mais complexos no curto prazo.
No total, foram negociadas nesse primeiro semestre 221 TWh, uma redução de 34,8% em comparação com o 1S2024 e de 6,7% em relação ao último semestre de 2024. Nesse período, foram fechadas 41 mil operações, uma retração de 18,6% e 18,1% no comparativo, respectivamente, com os dois semestres anteriores.
De acordo com Rossetti, “os valores transacionados com ativos físicos de energia na BBCE chegaram a patamares históricos. Vimos uma assim redução na quantidade de negócios fechados”, completa. “Os agentes têm realizado menos operações, mas com maior volume financeiro devido ao preço dos ativos”, explica.
Recorde em energia incentivada
Dentre os destaques do 1S2025 está o volume transacionado de energia incentivada, que acumulou 25,5 mil GWh, alta de 40,7% em relação ao 2S2024 e de 11% com o 1S2024. Esse montante foi dividido em mais de 3 mil contratos e movimentou R$ 5,8 bilhões. “Esse movimento reflete portanto o crescimento da matriz brasileira, em grande parte oriunda de fontes eólicas e solares”, diz Rossetti.
BBCE encerra junho com volume financeiro recorde
Junho, em linha com os demais meses deste ano, encerrou com preços em diferentes direções e volume financeiro recorde para o período. Dentre os destaques está a energia convencional com entrega para julho, que oscilou 29,54%. E também o vencimento de agosto, que chegou a bater R$ 337,83 o MWh.
Foram negociadas em junho 30 mil GWh, uma alta de 1,6% em relação a maio deste ano e retração de 38,1% na comparação com junho de 2024. Esse montante foi distribuído em 8295 contratos, queda de 29,7% em relação a junho do ano passado e alta de 56,6% no comparativo com maio. Ao todo, esses contratos somaram R$ 7,54 bilhões, apresentando dessa forma crescimento de 5% na comparação com junho de 2024.
