O setor de energia solar fotovoltaica brasileiro segue em constante evolução, impulsionado por transformações tecnológicas, regulação e uma crescente demanda por fontes limpas. O Energy Summit reuniu grandes nomes do setor para debater as tendências e desafios desse mercado em um painel especial sobre Photovoltaic Solar Trends, contando com a presença de Camila Ramos (vice-presidente de Investimentos e Hidrogênio do Conselho de Administração da ABSOLAR), Bruno Kikumoto (fundador e diretor do Canal Solar), Barbara Rubim (CEO da Bright Strategies) e Guilherme Grumser (CEO da Genial Solar).
Este encontro proporcionou uma análise aprofundada do cenário atual e dos rumos do setor fotovoltaico no Brasil e no mundo. Os painelistas ressaltaram tanto os entraves ainda presentes quanto as diversas oportunidades emergentes, destacando assim a importância estratégica da energia solar na matriz energética e nas metas globais de descarbonização.
A captação de investimentos para projetos de usinas solares foi um dos principais pontos abordados por Guilherme Grumser, que destacou a dificuldade imposta pelos juros elevados no atual contexto econômico. Segundo ele, esse cenário exige criatividade e alternativas financeiras para viabilizar dessa forma novos empreendimentos, especialmente diante do papel vital da energia solar como opção economicamente viável e ágil em termos de instalação, com processos de licenciamento mais simplificados do que outras fontes. Grumser enfatizou ainda a necessidade de avanço em tecnologias de armazenamento, com baterias e sistemas híbridos, para aumentar a resiliência e a confiabilidade das plantas solares – o que demanda, inclusive, adaptações regulatórias para facilitar a adoção dessas soluções.
Na visão da Bárbara Rubim, as oportunidades do mercado estão fortemente ligadas à criatividade do empreendedor, especialmente através da diversificação dos portfólios energéticos, como a implementação de sistemas híbridos, assim como de uma gestão energética mais eficaz. Rubim trouxe o exemplo do mercado inglês, onde, mesmo após a abertura do setor, grande parte dos consumidores ainda não migraram de fornecedor, evidenciando portanto que apenas inovação tecnológica não basta; é preciso também repensar modelos de negócio e políticas de incentivo à adesão. Ela destacou, ainda, a necessidade de uma agência reguladora forte, capaz de investir em estrutura e conhecimento para acompanhar e regular de forma assertiva as inovações e tendências do setor solar e energético brasileiro.
Por sua vez, Camila Ramos contextualizou o papel da energia solar diante de uma demanda crescente por eletricidade limpa, impulsionada pelo avanço de setores como grandes datacenters, eletrificação de frotas e processos industriais. Alinhada às metas de descarbonização e net zero, ela apontou a energia solar como protagonista e, portanto, peça-chave no atendimento a essas exigências, seja pela sua competitividade econômica, seja pela sua rápida expansão e aderência aos princípios da sustentabilidade.
O painel mostrou que, apesar dos juros altos e dos desafios regulatórios, a energia solar fotovoltaica segue como uma das principais apostas para atender à demanda energética do futuro. A convergência entre inovação, modernização regulatória e criatividade empresarial é apontada oprtanto como essencial para o amadurecimento do setor e a consolidação do Brasil como líder global em energia limpa. O caminho será trilhado com parcerias, investimentos em novas tecnologias – especialmente de armazenamento – e um ambiente regulatório adaptado ao novo contexto energético mundial.