O mercado de energia solar no Brasil começou a ganhar força a partir de 2012. De lá para cá, a fonte passou a se firmar como uma das alternativas do país no consumo elétrico, principalmente se tratando do setor sustentável. E o reflexo desse resultado vai além do uso cada vez mais frequente em casas e empresas.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil atingiu a marca de mais de 3 milhões de instalações de energia solar em geração distribuída – o que torna possível a redução do consumo de eletricidade e uma economia de 90% na conta de luz. E, ainda de acordo com a entidade, o setor atraiu mais de R$ 241 bilhões em investimentos desde o início de sua expansão.
Com o mercado aquecido, empreendedores veem a oportunidade de investirem e se estabelecerem, uma vez que o segmento está projetado para atrair quase R$ 40 bilhões ao longo de 2025. E quem também está embarcando nesse cenário são as franquias de energias solares, como uma alternativa para quem deseja franquear seu próprio investimento.
Para o especialista em varejo e consultor de franquias, Erlon Labatut, o formato se torna uma opção saudável para o negócio, muito pela facilidade como pode ser feito. “Hoje, o mercado de energia solar é um dos mais rentáveis do país, visto que são bilhões em investimentos acumulados. Para quem trabalha com franquias, isso significa operar em um modelo de negócio escalável, com retorno acelerado e um produto que tem grande aceitação pelos clientes, por conta da economia gerada ao consumidor final”, explica.
Observando a oportunidade de investir em franquias, Priscilla Aitelli e Jonathan Natanael, sócios-fundadores da Joy Energy Brasil, franquia de energia solar e eletropostos – pontos com carregadores para veículos elétricos. Fundada em Joinville (SC), os empreendedores apostaram no modelo para “crescer com mais agilidade e sem perder o DNA da marca”, que busca ter a sustentabilidade acompanhada ao progresso.
“A Joy Energy nasceu do desejo de fazer parte da transformação que o mundo precisa. Sempre acreditamos que o futuro é limpo, inteligente e conectado — e energia solar e mobilidade elétrica representam exatamente isso. O que nos motivou foi ver que o Brasil tem muito potencial nesse setor e também de fazer a diferença na vida das pessoas. Queríamos ser a ponte entre a inovação e a realidade das pessoas”, diz Aitelli.
Labatut reforça a ideia da empresária, pontuando que “as franquias de energia solar têm ganhado notoriedade porque unem dois pilares sólidos: demanda crescente (bastante pelo aumento de energia renovável utilizada pelo país nos últimos anos) e recorrência técnica”. Ele ainda avalia que pequenos e médios empreendedores podem captar clientes residenciais e corporativos com ticket médio superior a R$ 20 mil, o que considera “fora da curva para as franquias em geral”.
“Empresas franqueadoras que investem em suporte técnico, padronização de vendas e integração com fintechs para financiamento têm se destacado. O setor está pronto para consolidação, e quem se posicionar agora, com uma proposta robusta e escalável, pode liderar essa transformação energética no varejo brasileiro”, completa o especialista.
Implementação: prós, contras e caminhos
Com a formatação da franquia feita em 2020, a Joy Energy possui 22 unidades espalhadas pelo Brasil e com previsão de outras inaugurações ao longo deste ano. Jonathan, que criou o primeiro eletroposto com conveniência autônoma no país, analisa que o próprio mercado reflete as vantagens e desvantagens de franquear no setor.
“As vantagens são inúmeras: um setor em plena expansão, com demanda crescente, baixo risco ambiental e alto potencial de impacto social. Já as desvantagens? Diríamos que o maior desafio é o ritmo da regulamentação e da educação do mercado. Mas isso também é oportunidade”, afirma o Jonathan.
Para Labatut, o sucesso do negócio dentro do franchising passa também pela escolha do modelo de franquia ideal, ressaltando que o home office e as unidades enxutas podem se mostrar “extremamente eficazes, pois reduzem o investimento inicial e aumentam a margem de lucro. Além disso, a operação consultiva, focada em relacionamento e proposta de valor ao cliente final, é essencial”, indica.
Além do eletroposto, a Joy Energy também opera com o formato de escritório. A presença de funcionários irá depender do tipo de operação que o franqueado vai tocar – o escritório permite um time enxuto; enquanto os eletropostos eliminam a necessidade de equipe local.
Ao contarem com as franquias, a expansão da marca aumentou em 300% em menos de dois anos, Aitelli. Ela lembra também que os eletropostos carregadores para carros elétricos “deram visibilidade e autoridade”, além de abrirem caminhos. Segundo Jonathan, “a franquia fez com que a marca se tornasse referência não só em energia solar, mas também uma solução para veículos elétricos, o que abriu portas e parcerias”.
Erlon ainda reforça que “o consumidor brasileiro está cada vez mais consciente em relação à sua conta de luz e ao impacto ambiental das suas escolhas”. O cenário cria oportunidades para que franqueadores estruturados consigam oferecer uma jornada de compra transparente, experiência que “é o diferencial competitivo de hoje”, completa.