Existe uma tendência de crescimento da participação da geração de energia fotovoltaica na matriz energética nacional. Os indicadores apontam na mesma direção. O mais notável é o crescimento do consumo. Ele vem do calendário de implementação do 5G, assim como da curva de vendas dos veículos elétricos. A venda foi reforçada pela instalação de uma montadora chinesa com preços competitivos. No longo prazo, temos o avanço de tecnologias capazes dessa forma de baratear as baterias de armazenamento energético e os estímulos do governo federal.
Os indicadores, hoje disponíveis, mostram o início da curva. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou a ampliação de 1.238,6 MW na capacidade instalada de fonte renováveis, no último mês. As energias solar e eólica representam 97,5% do crescimento entre as renováveis. A participação da geração de energia solar chegou assim a 15% do total, consolidando-a como segunda fonte de geração no país.
Luzer Oliveira, head de Energia Solar da Connectoway, distribuidor de equipamentos fotovoltaicos, acrescenta a esses fatores o crescimento contínuo dos investimentos empresariais verificados nos últimos cinco anos. “O Brasil possui linhas de crédito voltadas para o setor, abundância na oferta de irradiação solar e empresários atentos às oportunidades para se reduzir custos, em especial na rubrica energia elétrica”, analisa Luzer.
Segundo a Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a expansão do 5G vai gerar uma demanda maior por energia elétrica, entre 150% e 180% a mais, o que motiva portanto a busca pela energia solar pelas companhias.
Estímulo
O eixo de transição e segurança energética está no Novo PAC, com projetos de geração de energia somando R$ 75,2 bilhões para o período de 2023 a 2026. No subeixo geração de energia, 196 usinas fotovoltaicas deverão assim receber R$ 41,5 bilhões para serem implantadas.
Uma evidência da relevância do setor se deu com a abertura de um canal de comunicação. A Secretaria Geral da Presidência da República criou a mesa de diálogo “Energia Renovável: direitos e impactos”. O objetivo do espaço é portanto articular ações entre o governo federal, setores diretamente envolvidos na cadeia de produção e a sociedade civil.