A indústria do etanol a partir de cereais como o milho segue em curva crescente no Brasil. A safra 2023/24 teve novo recorde de produção, com aumento de 33,1% em comparação à última safra, que resultou em um volume de 5,92 bilhões de litros do combustível, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Segundo estimativa do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) a produção nacional de etanol de milho deverá alcançar 10 bilhões de litros até 2030.
Acompanhando esta curva, o mercado de biossoluções também continua avançando no país, contribuindo assim para tornar a indústria de etanol cada vez mais rentável para todos os envolvidos em sua cadeia de produção. A boa notícia é que as biossoluções, especialmente enzimas e leveduras, comprovadamente eficazes na conversão do milho em etanol, se estendem a outras culturas como o sorgo, o trigo e o triticale.
“Os benefícios e vantagens ao produtor de etanol incluem a diversificação de matérias primas, garantindo portanto segurança de fornecimento e aproveitando características regionais. Este é o caso do sorgo em áreas de clima seco, já que a espécie possui maior tolerância ao estresse hídrico. A competitividade em custos e atratividade no cultivo gera dessa forma a crescente oferta do produto”, afirma Fabrício Leal Rocha, diretor do negócio de Bioenergia da Novonesis na América Latina.
A Novonesis, líder mundial em biosoluções, usa enzimas e leveduras para produzir etanol de cereais e industrializar sorgo, trigo e triticale na produção de biocombustíveis sem precisar de grandes ajustes no processo, como já faz hoje na Europa
A empresa inaugurou em outubro de 2022 uma planta de leveduras no Brasil. A unidade, localizada em Araucária (PR), tem capacidade para suprir a demanda do mercado de etanol de cereais de toda a América Latina. Recentemente foi anunciado que para atender essa demanda crescente, a Novonesis irá ampliar sua estrutura no Brasil e duplicar assim a capacidade produtiva do insumo, essencial na conversão do amido de cereais em etanol. “Estamos entusiasmados com a aprovação deste investimento, fundamental para elevar a produtividade do setor de etanol de cereais no país”, afirma Rocha.
Além do milho
Por sua versatilidade ao clima, menor custo de produção e capacidade de ser produtivo mesmo em condições adversas, especialmente no clima seco, o sorgo segue ganhando espaço e relevância no mercado, ocupando hoje o quinto lugar entre os cinco cereais mais cultivados no mundo, segundo a Embrapa. No Brasil, a expansão da área plantada chegou a 25% na safra 2022/23 – saltando de 1,2 milhão de hectares para 1,4 milhão de hectares, com estimativa de chegar em 2026 com 2 milhões de hectares – de acordo com a Conab.
Somam-se a ele os cereais de inverno, como trigo e triticale, e os incentivos à sua industrialização no Rio Grande do Sul, onde o governo estadual criou o programa Pró-Etanol, com a possibilidade de crédito presumido de ICMS para o biocombustível produzido em empresas instaladas no Estado. O anúncio do incentivo já fez surgiu pelo menos três novas plantas de etanol produzidas a partir desses grãos.
A chegada de novas usinas no Rio Grande do Sul, além de gerar empregos diretos, impulsiona a demanda pelos cereais de inverno, tendo a produção de etanol, o papel de assegurar a demanda para o agricultor da região, que pode direcionar assim seus produtos tanto para o tradicional mercado de produção de farinhas, como para o etanol.
O triticale obtido por meio do cruzamento do trigo com o centeio, saiu de 16 mil hectares de área plantada em 2020 para 22,9 mil hectares em 2023 atingindo produção de 68,6 mil toneladas no último ano.
“Considerando as características climáticas locais e a disponibilidade de grãos de cada região, atrelados ainda à similaridade dos substratos que podem ser utilizados no processo de produção do etanol de cereais, é possível pensar num futuro muito próximo em que a energia renovável e sustentável ocupe cada vez mais um lugar de destaque, gerando benefícios para o planeta, sociedade e para todos os envolvidos em sua cadeia produtiva”, acredita Fabrício Leal Rocha, diretor do negócio de Bioenergia da Novonesis na América Latina.