Os projetos de hidrogênio limpo atingiram números recordes globalmente, com 680 projetos de grande escala anunciados. O dado foi revelado nesta semana em um novo relatório publicado pelo Hydrogen Council. O número representa um aumento de 50% desde novembro do ano passado. Os projetos mapeados pela entidade chegam a US$ 240 bilhões em investimento direto até 2030.
O relatório Hydrogen Insights 2022 foi desenvolvido em colaboração com a consultoria global McKinsey & Company. Apesar do crescimento expressivo, o documento aponta também a urgência de aumentar ainda mais os investimentos em projetos de energia de hidrogênio em escala industrial.
Segundo o Hydrogen Council, o mundo precisa ainda ver os investimentos em hidrogênio limpo crescendo até 2030. Para dessa forma atingir a meta global de emissões líquidas zero em 2050. Capturar o valor climático máximo do hidrogênio para atingir assim a meta líquida de emissões zero de carbono nos próximos 30 anos requer uma triplicação dos investimentos em projetos de hidrogênio até 2030 para US$ 700 bilhões. O valor é o equivalente a US$ 460 bilhões adicionais, segundo o relatório. O estudo observa que o investimento em hidrogênio em 2030 é equivalente a menos de 15% do investimento comprometido em petróleo e gás upstream na última década.
“Com as crescentes preocupações com a segurança energética, está claro portanto que nossas economias precisam de hidrogênio. Mas a implantação não está se movendo rápido o suficiente. É preciso acelerar para obter os benefícios do hidrogênio”, disse o presidente da Kawasaki Heavy Industries e co-presidente do Conselho de Hidrogênio, Yoshinori Kanehana. “Além disso, o relatório nos ajuda a entender o estado atual da economia global do hidrogênio, destacando o que realmente está acontecendo em termos de implantação, financiamento e investimento, além de oferecer previsões para o futuro”, acrescentou.
Ainda de acordo com o relatório, 10% das propostas de projetos de hidrogênio limpo em grande escala mapeadas chegaram a decisões finais de investimento (FIDs), estão em construção ou já estão operacionais. Após essa aceitação nos anúncios de projetos de hidrogênio, a indústria, investidores e governos são instados a acelerar rapidamente os FIDs e permitir assim a construção e as operações do projeto o mais rápido possível. O documento propõe ainda uma série de ações prioritárias para formuladores de políticas e indústria. O objetico é superar os desafios e acelerar a implantação de hidrogênio em larga escala.
Entre as sugestões, está o acesso rápido ao financiamento público para projetos de hidrogênio. Outra proposta é ampliar a capacidade da cadeia de suprimentos. Segundo o relatório, à medida que a visibilidade da demanda aumenta, o setor poderá acelerar a fabricação. E também a implantação de capacidade em todos os tipos de equipamentos. Por exemplo, os fabricantes de eletrolisadores precisam expandir a capacidade dos atuais 3,5 GW instalados até o final de 2021 para pelo menos 50 GW por ano até 2030 para estar no caminho certo para as emissões líquidas zero.
“A mudança climática é a crise existencial do nosso tempo. Isso exigirá que empresas e governos trabalhem juntos para lidar com a questão agora. Para avançar para um futuro de emissões zero, devemos portanto ter várias soluções disponíveis para nossos clientes. Há aplicações muito diferentes em todo o mundo e o hidrogênio desempenhará um papel extremamente importante”, declarou o presidente executivo e presidente do conselho da Cummins e co-presidente do Hydrogen Council, Tom Linebarger. O relatório completo, em inglês, está disponível neste link.