Em um evento emblemático realizado no local onde será construída sua nova fábrica em Pindamonhangaba (SP), a Hitachi Energy celebrou o início de uma nova fase de investimentos no Brasil. A ocasião marcou não só o avanço da multinacional no país, mas também proporcionou um importante espaço de debate sobre os rumos da transição energética nacional e a preparação do Brasil para a COP30.
Intitulado “Conexão Hitachi Energy – A Nova Era da Eletricidade”, o evento reuniu executivos do setor, lideranças da Hitachi Energy e autoridades dos âmbitos municipal, estadual e federal, além de renomados especialistas do segmento de energia. O destaque ficou por conta do painel de discussão “Jornada para a COP30: Qual a importância da iniciativa privada e de seus investimentos para alcançar uma transição energética justa?”. Participaram do debate Elbia Gannoum, CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e enviada especial de Energia para a COP30; Wilson Ferreira Júnior, ex-presidente da CPFL Energia, Eletrobras e Vibra Energia, atualmente presidente do conselho da Matrix Energia; Venilton Tadini, presidente executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib); sob moderação de Natália Ariede, âncora do Times Brasil | CNBC.
Fábrica será estratégica para suprir demanda crescente e criar ecossistema sustentável
Ao saudar os participantes, Glauco Freitas, líder da Hitachi Energy no Brasil, destacou que a nova fábrica nasce com o objetivo de atender à crescente demanda energética, impulsionada especialmente pelo avanço de datacenters e investimentos em transição energética. O executivo ressaltou o papel fundamental da Hitachi Energy na transferência de conhecimento, capacitação de profissionais e criação de empregos, além de reiterar o compromisso da empresa em fomentar um ambiente sustentável de soluções energéticas.
Glauco ressaltou que Brasil precisa de um hub estratégico de soluções energéticas. O papel de empresas como a Hitachi Energy é criar um ecossistema que vá além do fornecimento de produtos, promovendo desenvolvimento, formação de pessoas e atração de investimentos. A energia, afinal, traz desenvolvimento e impacto direto no crescimento do País. Ele lembrou ainda que, diferentemente de outros países, o Brasil não apenas passa por uma transição, mas por uma verdadeira evolução energética, já que sua matriz é reconhecida mundialmente como limpa.
Oportunidade histórica com a COP30: missão de implementar a transformação energética
Elbia Gannoum destacou a relevância do momento vivido pelo Brasil, impulsionado por sua matriz energética diversificada e limpa. Para ela, o país está pronto para liderar não só uma transição, mas uma autêntica transformação energética, especialmente com a chegada da industrialização 5.0. Segundo Elbia, o novo modelo econômico mundial é mais descarbonizado e exige tecnologia e inclusão social. A COP30 será a COP da implementação, por isso é fundamental envolver os setores produtivos e a sociedade civil. Fazer uma transição energética justa é fundamental para garantir inclusão. Ela ressaltou, ainda, o papel inédito que o Brasil poderá assumir no cenário global por meio da sua capacidade de promover e prover energia limpa.
Garantia regulatória e combate ao desmatamento: desafios para o investimento
Wilson Ferreira Júnior reforçou que grandes investimentos, como o realizado pela Hitachi, são antes de tudo uma demonstração de confiança no Brasil. Para que o país continue a atrair capital, ele enfatizou a necessidade de políticas públicas estáveis e de um ambiente regulatório seguro e previsível. Em sua fala, Wilson lembrou que superamos crises energéticas graças aos avanços regulatórios e técnicos, mas o Brasil ainda enfrenta desafios como o combate ao desmatamento, crucial para que a descarbonização seja efetiva.
Venilton Tadini, por sua vez, alertou que grandes investimentos só serão possíveis com a atuação robusta das agências reguladoras e políticas públicas que estruturem e mitiguem riscos. Para ele, sem a participação ativa do governo, especialmente como facilitador de alternativas financeiras e regulatórias, não há investimentos privados de grande porte. “O setor público deve dar as condições para que o setor privado invista com segurança”, afirmou.
Nova fábrica simboliza confiança no potencial brasileiro
O lançamento da nova fábrica da Hitachi Energy em Pindamonhangaba é um marco relevante para o setor elétrico brasileiro e para o desenvolvimento econômico do país. A iniciativa exemplifica não apenas o otimismo dos grandes players do setor, mas também a responsabilidade compartilhada de liderar a transição para uma matriz energética justa, sustentável e capaz de impulsionar o crescimento nacional.
O evento “Conexão Hitachi Energy – A Nova Era da Eletricidade” reforçou o Brasil como protagonista global no tema de energia limpa, apontando desafios e oportunidades em meio ao cenário transformador que se aproxima com a COP30.
