Eficiência energética indústria de papel economiza R$ 650 mil por ano

Eficiência energética: indústria de papel economiza R$ 650 mil por ano

A Eletron Energia S.A., empresa associada à Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), conduziu um projeto de eficiência energética de modernização do sistema de preparo de massa de celulose na indústria de papel IPEL, em Indaial (SC). A iniciativa substituiu partidas fixas por inversores de frequência com automação dedicada para o processo, permitindo o ajuste dinâmico da velocidade e o torque dos motores conforme a necessidade do processo.

Eficiência energética indústria de papel economiza R$ 650 mil por ano
Victor Moraes engenheiro da Eletron Energia

O resultado foi uma redução de 42% no consumo de energia elétrica dos equipamentos otimizados. Isso equivale a uma economia mensal de R$ 54.750,00 ou R$ 650 mil ao ano. De acordo com o especialista de Automação da Eletron Energia, Alisson D’Agostin, antes da modernização os motores do setor “preparo de massa” da indústria de papel operavam 24 horas por dia, mesmo sem carga efetiva, o que gerava elevado consumo energético e desgaste precoce. “Em resumo, era como manter um carro acelerado em ponto morto o tempo todo”, explica, ao comentar que o sistema utilizava soft starters, dispositivos que, embora suavizem o momento da partida dos motores, não permitem o ajuste da velocidade durante o funcionamento.

D’Agostin conta que o projeto também contemplou o sistema de bombeamento da massa de celulose, antes regulado manualmente por válvulas. Segundo ele, o motor operava em velocidade máxima e o fechamento das válvulas controlava a pressão. “A automação permitiu o controle da pressão via variação de frequência, aumentando assim a eficiência e reduzindo o desgaste mecânico.”

Processo

A empresa associada à Abesco desenvolveu integralmente os painéis de automação e a lógica automatizada. Isso permite que o operador selecione os parâmetros conforme o tipo de papel a ser produzido, enquanto o sistema ajusta automaticamente o tempo, o volume e a rotação ideais, garantindo eficiência e padronização do processo. “Este projeto superou a economia inicialmente prevista. Mostrando que um planejamento teórico cuidadoso e conservador garante performance segura e economia real ao cliente”, complementa Victor Moraes, engenheiro da Eletron Energia.

O projeto de código PE-05697-0115/2024 e nome “Indústria + Eficiente – IPEL Papel” foi financiado pelo Programa de Eficiência Energética (PEE) da Celesc, sob regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Eletron Energia realizou os estudos, o projeto executivo, a fabricação dos painéis de automação e o comissionamento, assim como captou os recursos.

“O Programa de Eficiência da Celesc pode ser 100% subsidiado pelas concessionárias, e o retorno do investimento é devolvido por meio da economia gerada após a implementação sem juros. É um modelo que viabiliza melhorias sem onerar diretamente a empresa, tornando a eficiência energética ainda mais acessível”, comenta D’Agostin.

Segundo ele, a expectativa é de retorno do investimento em 18 meses. E os primeiros resultados medidos já confirmam a assertividade do estudo e a eficácia das melhorias implantadas, que seguem sob acompanhamento técnico.

Mais do que uma estratégia de negócio, ações como a da IPEL dialogam com uma agenda mais ampla: a transição energética brasileira. Em um momento em que o país avança em políticas públicas para descarbonização e ganha destaque global por sua matriz elétrica majoritariamente renovável, iniciativas de eficiência energética no setor industrial tornam-se portanto peças-chave para cumprir metas de redução de emissões e uso racional de recursos.

Para o engenheiro da Eletron Energia, o caso da IPEL exemplifica como a eficiência energética pode ganhar protagonismo nesse processo. “Projetos como esse me mostram que sustentabilidade e viabilidade econômica têm de andar juntas. Sem isso, a transição energética não sai do papel. Essa empresa, com sua postura pioneira e certeira, é assim um exemplo de como é possível unir as duas coisas. E melhorar sua competitividade de forma inteligente e com recurso subsidiado”, afirma.

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