A adoção de usinas de armazenamento bombeável atuando como baterias do SIN é um dos temas a serem tratados no Fórum de Smart Grid

A adoção de usinas de armazenamento bombeável atuando como baterias do SIN é um dos temas a serem tratados no Fórum de Smart Grid

Baterias gigantescas– com potência superior a 400 MW – que usam recursos hídricossão uma tecnologia acessível e dominada. As chamadas Usinas de Armazenamento Bombeado (UABs), também conhecidas como usinas hidrelétricas reversíveis, podem dar uma grande contribuição ao sistema elétrico brasileiro com o armazenamento de energia em pontos estratégicos do Sistema Interligado Nacional (SIN). O tema, ainda pouco explorado no Brasil, é um dos muitos a serem abordados na 17ª edição do Fórum Latino-Americano de Smart Grid, que ocorre em São Paulo, dias 4 e 5 de agosto, para discutir não só os desafios do setor, mas, principalmente, soluções factíveis para enfrentá-los.

“As usinas de armazenamento bombeado são capazes de assumir um importante papel no enfrentamento dos desafios que a rápida expansão de fontes intermitentes, como a solar e a eólica, trazem ao SIN”, comenta Cyro Boccuzzi, engenheiro e consultor, CEO da ECOee (ECO Engenharia e Energia, consultoria de sistemas inteligentes de energia) e organizador do Fórum. “Elas podem contribuir para estabilizar a rede elétrica do País, seja em momentos em que há uma rápida produção (rampa) ou uma queda de geração solar ou eólica no sistema, seja em apagões sistêmicos”, comenta.

Esses empreendimentos, na prática, usam a energia nos horários de excedente para bombear água de um reservatório de água em um nível inferior, para outro, em um nível superior. A proposta é realizar essa ação nos momentos em que os níveis de consumo de energia no SIN estão mais baixos. Com isso, armazenam assim energia no reservatório superior, a ser usada nos horários de pico de consumo, regulando o sistema.

Economicamente viáveis

Segundo o organizador do Fórum Latino-Americano de Smart Grid, esses empreendimentos não competem com as usinas hidrelétricas convencionais, pois oferecem serviços de flexibilidade sistêmica e não energia. “A conexão destas plantas no Sistema Interligado Nacional não apenas trazem vantagens sistêmicas, mas, principalmente, um menor impacto nas tarifas. Temos um grupo de profissionais experientes que tem estudado empreendimentos deste tipo, com centenas de MW, em locais específicos, com condições de implementação mais rápida e de menor uso de água do que térmicas de capacidade equivalente e com uma conexão facilitada ao sistema interligado”, detalha o organizador do Fórum Latino-Americano de Smart Grid.

Boccuzzi frisa, contudo, que os especialistas não podem enxergar as UABs como a última alternativa de armazenamento. “Outras respostas se fazem necessárias, principalmente para estabilizar a rede nos casos de Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), que, em 2024, já atingia mais de 41 GW de capacidade instalada”. Segundo o consultor, o uso de baterias de menor porte, mais pulverizado, junto à MMGD também é uma das propostas de ferramentas factíveis para que as redes elétricas brasileiras se tornem mais modernas, resilientes,saudáveis economicamente e capazes de integrar um maior volume de renováveis.

Pauta extensa

Na ampla pauta a ser discutida por presidentes de empresas, diretores e especialistas neste evento estão a antecipação da renovação de grande parte das concessões de distribuição; os futuros modelos de remuneração do setor que serão necessários a partir dos novos papeis a serem assumidos pelas distribuidoras e outros agentes; e a necessidade de uma maior resiliência das redes de distribuição e de transmissão para o enfrentamento dos eventos climáticos extremos.

Igualmente, os organizadores do Fórum tratarão ao longo dos dois dias da obrigatoriedade de digitalizar as redes dentro de uma década — conforme prevê a portaria do MME 111/25 — e da introdução de tarifas e medidores inteligentes, que têm o potencial de facilitar a abertura do mercado de energia elétrica. A pauta abrangerá, ainda, os impactos que a entrada dos consumidores de baixa tensão no mercado livre de energia trará a partir de 2026; e as consequências da MP 1304, criada para corrigir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Líderes de distribuidoras

A exemplo de versões anteriores do Fórum, vários representantes C-Level de consultorias, distribuidoras e demais players do mercado discutirão os investimentos que estão promovendo em suas empresas. Entre algumas das presenças que já confirmaram a participação de seus líderes estão a Thymos, que trará o seu CEO, João Carlos Mello; PSR, com a vinda da diretora Ângela Gomes; GESEL, com a presença do professor Nivalde Castro e NEAL, com o diretor Edvaldo Santana.

Também participarão, no segundo do dia de evento concessionárias tradicionais como a Light, que trará Felipe Tenório, seu superintendente de Regulação de Distribuição; Grupo Energisa, com a vinda de Sávio Ricardo Muniz Aires da Costa, gerente corporativo da Automação e Telecomunicações; Copel, que participará por meio de Sergio Milani, superintendente de Projetos Especiais; Neoenergia, que trará Heron Fontana, diretor de Processos e Tecnologia; e CPFL, com a presença de Luis Henrique Ferreira Pinto, vice-presidente de Operações Reguladas. As empresas EDP, Cemig e Celesc deverão trazer, respectivamente Marcos Campos, diretor geral; Marney Antunes, vice-presidente de Distribuição; e Tarcísio Rosa, presidente.

17º Fórum Latino-Americano de Smart Grid/Smart Grid Fórum

Site: www.smartgrid.com.br

Dias 4 e 5 de agosto

Centro de Convenções Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569 – São Paulo – SP)

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