Você conhece as diferentes categorias dos conduletes metálicos, de acordo com a NBR 15701?

Você conhece as diferentes categorias dos conduletes metálicos, de acordo com a NBR 15701?

Quem trabalha na área elétrica, seja como engenheiro, técnico, comerciante ou instalador, deve conhecer ou pelo menos já ter ouvido falar da norma ABNT NBR 15701:2016. A norma especifica as características técnicas construtivas assim como os requisitos mínimos de desempenho dos conduletes metálicos roscados ou não roscados para sistemas de eletrodutos, utilizados em instalações elétricas aparentes.

Entretanto, muitos profissionais da área, por vezes, desconhecem a aplicação das distintas categorias dos conduletes presente na referida norma, quais as diferenças de cada uma, onde estas devem ser preferencialmente instaladas, entre outros detalhes que fazem a diferença na hora de adquirir ou mesmo especificar este tipo de produto para uma obra ou sistema elétrico.

A NBR 15701:2016 traz a especificação das seis diferentes categorias de conduletes presentes no mercado brasileiro. Cada uma tem sua aplicação, de acordo com o ambiente ou equipamento a ser instalado.

CATEGORIA I

A primeira classificação de conduletes, definido pela norma como categoria I, especifica os conduletes fixos sem rosca, ou seja, aqueles conduletes que possuem as conexões para os eletrodutos fixados ao corpo da caixa. Estes conduletes são utilizados com eletrodutos sem rosca, onde o mesmo é preso por parafusos que comprimem assim o tubo na conexão do condulete.

Figura 1: Condulete fixo “LL” Tramontina

Aplicação: Ambientes residenciais, comerciais e industriais de pequeno e médio porte.

Pontos fortes: Facilidade de montagem, já que não é necessário utilizar eletrodutos com rosca. Produto com boa resistência mecânica.

Ponto fraco: Rigidez da instalação inferior se comparado ao sistema com eletrodutos roscados.

CATEGORIA II

O segundo padrão da norma ou categoria II conforme a NBR 15701, especifica os mesmos conduletes da categoria I, porém com conexões roscadas, podendo neste caso ter roscas paralelas no padrão BSP (G) ou cônicas no padrão NPT.

Você conhece as diferentes categorias dos conduletes metálicos, de acordo com a NBR 15701
Figura 2: Condulete fixo “X” Tramontina

Aplicação: Ambientes residenciais, comerciais e industriais de pequeno e médio porte.

Pontos fortes: Rigidez da instalação superior se comparado ao sistema usado com eletrodutos sem rosca. Produto com boa resistência mecânica.

Ponto fraco: Maior dificuldade na instalação, já que será necessário equipamento específico para a confecção das roscas nos eletrodutos.

As duas primeiras categorias apresentadas podem também ser adquiridas no mercado. A opção de pintura na cor cinza Munsell N 6.5, além da estética agrega resistência à oxidação no ambiente onde for instalado. Estes produtos são normalmente comercializados com Índice de Proteção IP31, não sendo indicados para ambientes abertos ou que tenham exposição a poeira intensa e aspersão de água. Alguns fabricantes possuem sistemas de vedação que podem ser incorporados ao produto. Eles proporcionam o uso destes conduletes em ambientes expostos a chuva, por exemplo, comumente classificados como IP54.

CATEGORIA III

A terceira classificação de conduletes, definida pela norma como categoria III, refere-se aos conduletes com saídas móveis, onde as conexões para os eletrodutos, chamadas de conectores, são inseridas nas 5 furações disponíveis na caixa. Estas aberturas, quando não utilizadas, são fechadas com tampões plásticos, podendo ser reutilizadas em uma futura ampliação do projeto. Esta categoria prevê normalmente apenas a instalação de eletrodutos sem rosca.

Você conhece as diferentes categorias dos conduletes metálicos, de acordo com a NBR 15701
Figura 3: Condulete Múltiplo “X” com Conectores Tramontina

Aplicação: Ambientes residenciais e comerciais.

Pontos fortes: Facilidade de montagem, já que não é necessário utilizar eletrodutos com rosca. Versatilidade na montagem, pois apenas dois modelos de caixa por bitola servem para realizar a instalação de eletrodutos em qualquer direção, além da possibilidade de ampliação futura, sem a necessidade da troca dos conduletes.

Pontos fracos: Resistência mecânica reduzida se comparado aos conduletes com conexão para eletrodutos no padrão fixo, além da rigidez da instalação ser inferior se comparado as demais categorias.

Assim como é proporcionado às categorias I e II, alguns fabricantes disponibilizam sistemas de vedação para uso dos conduletes de categoria III também em ambientes externos. O produto, que normalmente atende ao IP31, com as vedações incorporadas, passa a atender ao IP54, adequando-se, portanto, a estes ambientes.

Para esta categoria, é importante ressaltar o quanto é inadequado realizar a instalação de eletrodutos diretamente no condulete sem o uso do conector, pois ao proceder desta forma, não haverá a limitação de acesso do eletroduto à caixa, conforme previsto pela NBR 15701, comprometendo assim a segurança elétrica do sistema e por consequência do usuário.

CATEGORIA IV

O quarto grupo de conduletes presente na norma é especificado como categoria IV. Esta categoria, mais robusta e com maior volume interno que as anteriores, é indicada para instalações que necessitam maior resistência mecânica e maior espaço para acomodação dos cabos elétricos. Possui conexão fixa como na categoria I, sendo indicada para uso com eletrodutos sem rosca.

Figura 4: Condulete Fixo “X” Tramontina

Aplicação: Ambientes industriais de médio e grande porte, além de sistemas elétricos complexos, onde há a passagem de muitos cabos ou cabos bastante espessos, pois possibilita maior raio de curvatura.

Pontos fortes: Facilidade de montagem, já que não é necessário utilizar eletrodutos com rosca. Produto com alta resistência mecânica, tendo opção no mercado com IP31 ou IP65.

Ponto fraco: Rigidez da instalação inferior se comparado ao sistema com eletrodutos roscados.

CATEGORIA V

A quinta classe de conduletes ou categoria V, conforme determinado em norma, especifica os mesmos conduletes da categoria IV, porém para uso com eletrodutos que possuam rosca BSP (G) ou NPT.

Você conhece as diferentes categorias dos conduletes metálicos, de acordo com a NBR 15701
Figura 5: Condulete fixo “LL” Tramontina

Aplicação: Ambientes industriais de médio e grande porte, além de sistemas elétricos complexos, onde há a passagem de muitos cabos ou cabos bastante espessos, pois possibilita maior raio de curvatura.

Pontos fortes: Rigidez da instalação superior se comparado ao sistema com eletrodutos sem rosca. Produto normalmente comercializado com Índice de Proteção IP65.

Ponto fraco: Maior dificuldade na instalação, já que será necessário equipamento específico para a confecção das roscas nos eletrodutos.

As categorias de conduletes IV e V são destinadas às instalações onde as categorias I e II não são suficientemente adequadas, devido a necessidade de uma maior resistência mecânica e espaço interno. São indicados para grandes instalações que necessitam de um condulete que atenda às condições agressivas onde serão instalados.

CATEGORIA VI

A última categoria presente na NBR 15701 é a categoria VI. Esta categoria, também conhecida como classe dos conduletes ovalados ou americanos, possui a maior resistência mecânica de todas. Pouco difundida no Brasil, ela é amplamente utilizada nos mercados norte-americanos, como Estados Unidos, Canadá e México, onde a certificação inclusive é compulsória. Esta categoria utiliza apenas eletrodutos roscados, sejam estes no padrão BSP ou NPT. Normalmente são comercializados com pintura na cor cinza Munsell N6.5. Uma particularidade destes conduletes é a impossibilidade de uso de tomadas e interruptores, já que nos países onde eles são amplamente utilizados, tal aplicação não é permitida por norma.

Você conhece as diferentes categorias dos conduletes metálicos, de acordo com a NBR 15701
Figura 6 – Condulete americano “LL” Tramontina

Aplicação: Ambientes industriais com necessidade de grande robustez, índice de IP elevado, design e acabamento diferenciado. Modelo prioritário para exportação aos mercados da América do Norte. Utilizado também junto a sistemas de transformadores e outros equipamentos de grande porte.

Pontos fortes: Produto com altíssima resistência mecânica. Normalmente comercializado com Índice de Proteção IP66 e pintura a pó no padrão poliéster.

Pontos fracos: Maior dificuldade na instalação, já que será necessário equipamento específico para a confecção das roscas nos eletrodutos. Além da impossibilidade de utilização de tomadas e interruptores no sistema instalado.

A proposta da norma ABNT NBR 15701 é regular e distinguir os 6 diferentes tipos de conduletes metálicos existentes no Brasil, dividindo-os por categorias, de acordo com o seu tamanho, resistência mecânica e forma de aplicação, tendo o objetivo de facilitar o entendimento do consumidor no momento de definir o modelo mais adequado para a sua instalação elétrica aparente.

Uma consideração importante a se fazer é referente ao eletroduto ideal para cada tipo de condulete. Muitos consumidores pecam neste detalhe ao utilizar eletrodutos de parede fina para uso com conduletes roscados. Eles prejudicam enormemente a resistência da rosca no sistema instalado. Da mesma forma, conduletes sem rosca não necessitam de eletrodutos de parede demasiadamente grossa. Sendo assim, eletrodutos das normas ABNT NBR 5624 e 13057 devem ser utilizados preferencialmente nos conduletes das categorias I, III e IV. Já os eletrodutos das normas ABNT NBR 5597 e 5598 devem ser utilizados com predileção para os conduletes das categorias II, V e VI.

Como pode-se observar, uma boa especificação, utilizando o condulete correto para cada ambiente e necessidade irá, além de obter uma boa economia, proporcionar uma excelente instalação elétrica aparente para a obra ou sistema elétrico. Por isso, antes de decidir pela utilização de um determinado condulete ou eletroduto, deve-se sempre consultar as normas pertinentes existentes no mercado.

Artigo de Roberto Aimi, engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Ingressou no Grupo Tramontina em 1976 e em 1984 assumiu a diretoria executiva da fábrica de materiais elétricos da Tramontina.
Leia também Tramontina lança canaletas para painéis

Compartilhe esta postagem

Notícias Relacionadas

Faça uma pesquisa​​

Últimas notícias