O crescente papel dos datacenters na era digital vem impulsionando o setor a promover uma verdadeira revolução energética. Na edição mais recente do Energy Summit, o painel “The datacenters energy revolution” reuniu grandes nomes do segmento para debater os caminhos e desafios rumo a uma operação mais eficiente e sustentável. Participaram do painel Renan Lima Alves (presidente ABDC), Nick Meyer (CEO Provocative), Victor Arnaud (presidente Brasil Equinix) e Bruno Ajuz (SVP Telecall).
No contexto brasileiro, a discussão trouxe à tona questões estratégicas para garantir o desenvolvimento responsável e sustentável desse mercado. Os painelistas destacaram assim a importância do desenvolvimento e adoção de tecnologias voltadas para a redução do PUE (Power Usage Effectiveness), métrica fundamental para avaliar a eficiência energética dos datacenters. Reduzir o PUE não só diminui os custos operacionais, como também contribui diretamente para metas de sustentabilidade e preservação ambiental.
Outro ponto de destaque foi a necessidade de incentivos para a adoção de servidores na ponta, capazes de descentralizar o processamento, reduzir latências e aliviar a infraestrutura central. Entretanto, os especialistas frisaram que o grande desafio está no timing para implementar essas inovações em meio ao crescimento acelerado da demanda por serviços digitais. A rápida expansão exige respostas ágeis, tanto em tecnologia quanto em políticas públicas.
Além disso, os painelistas alertaram para a necessidade de um olhar estratégico que vá além da implantação inicial de datacenters. A manutenção e a busca pela eficiência contínua são aspectos essenciais para garantir que essas infraestruturas acompanhem o ritmo das transformações do setor e entreguem valor sustentável ao longo do tempo.
Por fim, eles destacaram que o problema do Brasil não está na geração de energia, pois em termos de insumos energéticos o país possui muitas alternativas a serem exploradas. Há uma grande necessidade de investimentos mais robustos em transmissão e distribuição para suportar o crescimento e a confiabilidade dos data centers espalhados por todo o país.
Em conclusão, o painel “The datacenters energy revolution” reforçou que a sustentabilidade e a competitividade do setor passam pela eficiência energética, pela descentralização tecnológica e pelo fortalecimento dos elos de transmissão e distribuição. O futuro da infraestrutura digital depende de investimentos integrados, políticas inovadoras e uma gestão que priorize tanto a expansão quanto a excelência operacional dos datacenters brasileiros.
