Um programa do MIT REAP Rio, o Ennergin, divulgou recentemente que já investiu, desde 2022, na formação de cerca 900 empreendedores e já acelerou 105 startups ligadas à energia, sendo 45 em 2022 e 60 em 2023. Destas, 40% foram deeptechs/toughtechs, e 60% digitais. Além disso, entre os empreendedores, 29% são mulheres e 71% homens. Segundo Hudson Mendonça, líder do Programa de Aceleração de Regiões Empreendedoras do MIT (MIT REAP Rio) e CEO do Energy Summit, o objetivo é transformar a cidade do Rio de Janeiro no novo “Vale do Silício”. “Focado em energia e sustentabilidade”, comenta.
Para se tornar o local mais importante e berço da tecnologia no mundo, o Vale do Silício, na cidade de São Francisco, na Califórnia, contou com cinco elementos fundamentais reunidos em um só lugar, que foram: universidades de grande renome, grandes corporações, entidades governamentais, investidores de risco e startups focadas em inovação.
Segundo Mendonça, o Rio de Janeiro já possui pelo menos três dos cinco elementos que podem tornar a cidade carioca como a capital da transição energética. “Por aqui, já reunimos universidades de ponta nas áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e de negócios em energia como a PUC e a UFRJ; grandes corporações, tanto nacionais como internacionais como Petrobras, Eletrobrás e ENEL, e, também, entidades governamentais muito fortes como ANP e BNDES. E o que precisa ainda de mais desenvolvimento são o aumento dos investidores de risco assim como a criação de novas startups no setor”, comenta.
De acordo com estudos, o Rio caminha para alcançar todos os aspectos que poderão considerar a cidade como o “Vale do Silício” da energia. Por exemplo, segundo o ranking Global Startup Ecosystem Report 2023 (GSER2023), o Rio de Janeiro é considerado o ecossistema emergente mais promissor para startups na América Latina.
Além disso, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o mercado livre de energia cresceu 430% no Rio de Janeiro entre janeiro de 2023 e o mesmo mês de 2024, com o número de UCs (unidades consumidoras) saltando de 101 para 435.
Porém, para André Miceli,CEO da MIT Technology Review Brasil, ainda é necessário encontrar caminhos para que as startups ligadas ao setor se solidifiquem. “Estima-se que exista entre 200 a 400 startups ligadas à energia no Brasil, um número baixo, que representa apenas 2% do número geral de startups no país”, explicou o empresário.
Principal evento global de energia deve mostrar caminho para essa mudança
Seguindo esta trilha, a cidade do Rio será palco no mês de junho do Energy Summit 2024, considerado o principal evento de transição energética do mundo, dos dias 17 a 19 de junho, no complexo cultural Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Organizado em parceria com o MIT, serão mais de 70 horas de programação, 5 trilhas de conteúdos, mais de 30 palestrantes, 5 palcos, 5.000m² de área de exposição, além de muito networking e inúmeras oportunidades de negócios com os principais stakeholders do ecossistema energético.
A realização do Energy Summit é o desdobramento de uma série de iniciativas do MIT para trazer assim desenvolvimento econômico ao país por meio de investimento e aceleração de novas tecnologias e inovações. O evento tem como principais patrocinadores o Governo do Estado do Rio de Janeiro por meio da Secretaria de Energia e Economia do Mar – SEENEMAR e do Governo Federal via Petrobras.
Para Miceli, o Rio já possui os elementos básicos para se tornar a capital mundial da transição energética, e o Energy Summit irá ajudar portanto a fazer a mistura completa desses ingredientes. “Nesse sentido, é nossa missão incentivar assim a adoção de boas práticas em inovação e tecnologia, lideradas pelo mais prestigiado centro acadêmico e de negócios do mundo”, finaliza.
Energy Summit 2024
Data: de 17 a 19 de junho
Horários: das 8h às 19h
Local: Cidade das Artes
Avenida das Américas, 5300 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, RJ
