O Encontro Impactos Positivos 2025, realizado em São Paulo no último dia 2, reuniu lideranças para debater a transição energética justa. Entre os destaques, histórias inspiradoras da Go Mama, XiCa Advogados e Idesam mostraram como negócios e iniciativas brasileiras estão redesenhando caminhos de regeneração, justiça climática e sociobioeconomia.
Gastronomia que regenera e inspira
Vinícius Rojo, chef e fundador da Go Mama ESG Catering e do Grupo Rojo, compartilhou sua trajetória da alta gastronomia ao compromisso com o impacto socioambiental. Após décadas atendendo grandes eventos, do Maracanã à Fórmula 1, ele percebeu que o sucesso financeiro não bastava.
“Ter todo esse sucesso não estava fazendo mais sentido se a gente não tivesse uma conexão mais humana entre as pessoas, a natureza, o planeta. Então, eles criaram a Go Mama”, contou Rojo.
A empresa, que nasceu em 2021, transformou sua cozinha em laboratório de sustentabilidade: painéis solares que já geraram mais de 92 mil kW de energia, composteira que produziu três toneladas de adubo em pouco mais de dois anos e práticas que reduzem o desperdício. “O que desejo é inspirar cada pessoa a tomar pequenas atitudes, até no descarte correto de um simples sachê de shoyu”, disse o chef.
Direito como ferramenta de regeneração
Fundador da XiCa Advogados, Bruno Camargo propõe uma ruptura no modo tradicional de advogar. Para ele, a advocacia deve ser enxergada como instrumento de construção coletiva. “O direito como barreira, como disputa, nunca fez sentido para mim. Nós o entendemos como enxada, no sentido de abrir espaço para que algo cresça”, afirmou Camargo.
O escritório, criado em 2023, atua em negócios regenerativos, governança e impacto, apoiando projetos ligados à agricultura regenerativa, restauração florestal e investimentos em climate techs. A XiCa traduz sua mensagem na hashtag “Regenera Direito”. Segundo Camargo, significa tanto regenerar o próprio sistema jurídico quanto assegurar que os projetos de impacto sejam conduzidos com ética e propósito.
Negócios que florescem na Amazônia
Representando o Idesam, o economista Renato Rebelo destacou a trajetória de 20 anos da organização com sede em Manaus, que conecta ciência, comunidades e mercado para fortalecer a sociobioeconomia.
“O que aprendemos é que não basta produzir, é preciso garantir que as comunidades tenham autonomia, acesso ao mercado e soberania econômica”, disse Rebelo.
Com essa visão, o Idesam ajudou a criar negócios coletivos como a marca Inatua, de óleos e cosméticos produzidos por associações comunitárias, e o Café Apuí, referência em sistemas agroflorestais na região. A entidade também atua na ponte entre ciência e economia local, investindo em tecnologia e acelerando startups amazônicas por meio da Masa.
A força do encontro em São Paulo
O palco do Encontro Impactos Positivos 2025 revelou que a transição energética justa vai muito além da redução de carbono. Ela depende de negócios capazes de regenerar ecossistemas, ressignificar o papel das empresas e valorizar as comunidades.
Organizado pela Impactos Positivos Global Platform, o evento reforçou a importância de lideranças como Go Mama, XiCa Advogados e Idesam, que mostram que impacto positivo se constrói com escolhas diárias, visão estratégica e coragem de reinventar setores inteiros.
Reportagem e fotos: Mary de Aquino
