Celebrado em 17 de maio, o Dia Internacional da Reciclagem reforça a importância de se estimular, em todo o planeta, uma reflexão sobre o consumo consciente e a importância de dar um destino adequado ao lixo. A indústria brasileira do cimento reforça esse compromisso e contribui para a destinação sustentável dos resíduos com o uso da tecnologia do coprocessamento.
Atualmente a atividade é considerada um dos segmentos com maior potencial para operar com grandes volumes de lixo urbano não reciclável. A tecnologia de coprocessamento transforma resíduos sólidos urbanos, industriais e passivos ambientais em energia térmica. Neste processo, o resíduo substitui parte do combustível que alimenta a chama do forno – que transforma argila e calcário em clínquer (matéria-prima do cimento). Uma opção segura para a destinação adequada e sustentável de resíduos e de passivos ambientais em fornos de cimento.
Dados do relatório “Panorama do Coprocessamento 2024″, publicado pela Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, mostram que a cadeia cimenteira brasileira coprocessou cerca de 3,25 milhões de toneladas de resíduos em 2023, a maior marca da série histórica. Segundo o documento, nesse mesmo ano a tecnologia evitou a emissão de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera em relação aos métodos mais tradicionais de produção, que envolvem o uso do coque de petróleo como combustível.
Atualmente 32% da matriz energética do setor é composta por fontes renováveis e mais limpas. Resíduos domésticos pós-triagem continuam sendo a principal alavanca de crescimento e terá grande representatividade nos quase 55% da energia do setor até 2050.
A matriz energética atual está dividida em 68% de fósseis, 18% biomassas (cavaco, licuri, babaçu, caroço do açaí, carvão vegetal, entre outros) e 14% resíduos (pneus inservíveis, perigosos e urbano).
“Diante desse cenário, a produção de CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Urbanos), com destinação para o uso em fornos das cimenteiras, representa uma grande oportunidade para o setor e para a sociedade como um todo. Com a substituição do coque de petróleo pelo CDRU, é possível reduzir significativamente as emissões de carbono. Isso contribui para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Além disso, o coprocessamento de novas fontes energéticas e renováveis nas fábricas de cimento ajuda a diminuir a quantidade de resíduos dispostos em aterros sanitários. A ação evita passivos ambientais e problemas de saúde pública além de alongar a vida útil dessas estruturas”, afirma o presidente da ABCP, Paulo Camillo Penna.
A indústria do cimento está acelerando cada vez mais o desenvolvimento de CDRU no Brasil para fins de coprocessamento. As empresas seguem como diretriz o Roadmap Tecnológico, buscando assim o aumento de recicláveis, encerramento dos lixões e redução da disposição em aterros.
O 9º Congresso Brasileiro de Cimento (CBCi) e Expocimento
O evento acontece de 30 de junho a 2 de julho de 2025. Reunirá autoridades, lideranças empresariais, corpo técnico, pesquisadores e especialistas, nacionais e estrangeiros no Golden Hall WTC, em São Paulo.
A cadeia de resíduos e suas complexidades regionais será tema de mesa redonda. A especialista Anicia Aparecida Baptistello Pio, Gerente de Desenvolvimento, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP. conduz o debate.
Haverá ainda mesa redonda sobre Coprocessamento como Solução Sustentável na Gestão de Resíduos Urbanos. Ela terá a participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Carvalho de Melo, do VP de Economia Circular do Grupo Orizon, João Audi e de Pedro Coelho Teixeira Cavalcanti, Auditor de Controle Externo do TCE-PE. Mais informações podem ser obtidas pelo site.
O evento em 2025
Essa edição do CBCi será ainda maior, com público ampliado, mais de 100 palestras e ampla área de exposição dos fornecedores da construção. Terá também a apresentação das últimas inovações da aplicação do cimento Portland – material predominante e vital para a construção civil. Já Exposição Internacional do Cimento – EXPOCIMENTO 2025, ocupará um moderno espaço especialmente concebido para acolher as palestras e debates. O evento vai apresentar o que existe de mais atual e relevante para a produção do insumo e também para as organizações que aplicam sistemas cimentícios. Saiba mais no link.