“Análise da Eficiência Operacional de um Biodigestor de Tratamento Anaeróbio de Resíduos Orgânicos” é o título do estudo que recebeu o Prêmio Enaldo Cravo Peixoto – Melhor Trabalho Técnico Oral no tema ‘Resíduos Sólidos: Reciclagem, Coleta, Tratamento, Disposição Final e Aterros’. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária concedeu o reconhecimento durante o 33º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental. Brasília recebeu o evento no período de 25 a 28 de maio.
São seus autores: Fernanda Peixoto Manéo, pesquisadora do Núcleo de Sustentabilidade e Baixo Carbono do IPT (Nuscarbon/IPT); Letícia dos Santos Macedo, pesquisadora (Nuscarbon/IPT); Claudia Teixeira, pesquisadora e coordenadora (Nuscarbon/IPT); Wilkson Sousa e Adilson Vicente da Silva, novos pesquisadores visitantes do IPT. “O trabalho premiado diz respeito à planta de Bertioga implantada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). É um feito importante por se tratar do maior congresso nacional nesta área. O projeto integra o CCD Circula – Minimização de Impactos de Resíduos Orgânicos, com recursos da Fapesp, e coordenação do Ital de Campinas”, comentou Claudia Teixeira.
Segundo Fernanda Manéo, o biodigestor vem apresentando grandes avanços desde a retomada da operação em 2023. “O equipamento apresentou um potencial de geração de biogás de 2 m3 por tonelada de resíduo tratado. Aumentou para 23 m3 por tonelada em 2024 e está chegando a 92 m3 por tonelada em 2025. O biogás gerado está sendo reaproveitado na forma de energia elétrica para abastecimento da própria planta”, explicou a pesquisadora.
Na apresentação deste estudo, os autores informam que avaliaram a eficiência do tratamento da fração orgânica de Resíduos Sólidos Urbanos, denominada FORSU, em um biodigestor de tratamento anaeróbio. A operação foi no município paulista de Bertioga. “O biodigestor trata até 60 toneladas por mês de FORSU e opera em sistema de batelada. Possui quatro túneis de metanização do tipo extra-seco, cada um com capacidade aproximada de 15 toneladas”, completou Claudia Teixeira.
O sistema tem uma Unidade de Produção de Inóculo (UPI), que recebe o líquido extraído do processo e promove sua recirculação como inoculante, acelerando a atividade microbiológica. “A capacidade estimada de produção de biogás, quando em pleno funcionamento, é de até 4.800 m3 por mês. Seu potencial de geração energética de aproximadamente 5 MWh por mês. Atualmente, a própria planta utiliza prioritariamente a energia para seu abastecimento. O sistema integra um gasômetro para armazenamento temporário do biogás e um gerador de energia elétrica alimentado por ele. Ele é automatizado e monitora toda a operação remotamente”, finalizou a pesquisadora.